Na primeira edição do ranking publicado em 2022, foram selecionadas 229 empresas. Estas foram escolhidas a partir da lista Top 100 Corporate Flyers de 2021, da base de dados Science-Based Targets (SBTi), e através de uma seleção de empresas europeias com base na capitalização do mercado, compromissos de viagens de negócios ou relatórios.

A lista do ano passado foi mantida como modelo, embora tenham sido removidas algumas empresas, que eram relativamente pequenas ou não tinham muitas viagens por motivo de trabalho. Decidimos então acrescentar grandes empresas, com elevado potencial de viagens por motivos de trabalho. Para os 17 países escolhidos para fazer parte do ranking 2023 (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Índia, Itália, Irlanda, Holanda, Polónia, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos), incluímos as maiores empresas dos países em termos de empregados, as 10 maiores empresas por capitalização de mercado, e as empresas com as maiores emissões de viagens de negócios no conjunto de dados do CDP. 

O ranking inclui agora 322 empresas. 

Para uma visão detalhada dos dez indicadores e quantos pontos foram atribuídos para cada nível de classificação, consulte o Quadro 2 do briefing completo. 

Por exemplo, para o primeiro indicador relativo ao compromisso (ou seja, uma empresa tem um compromisso de redução e menciona especificamente viagens aéreas de negócios), uma empresa recebeu 0 pontos por nenhuma meta, 0,5 pontos por uma meta abrangente de redução de emissões, 1 ponto por uma meta de redução de emissões de viagens de negócios, e 1,5 pontos por uma meta de redução de emissões de viagens aéreas. 

Para uma visão detalhada dos dez indicadores e quantos pontos foram atribuídos a cada nível de sucesso, consulte o Quadro 2 da resumo.

Dividimos o intervalo da pontuação total, que vai de -1 a 14 pontos, em quatro partes iguais correspondentes às categorias A, B, C ou D. As empresas são categorizadas com base na sua pontuação total. 

São deduzidos pontos por não haver reporte de emissões e por ser um grande emissor (ou seja, ter emissões de viagens de negócios superiores a 280.000 tCO2). A pontuação mínima (-1) representa uma empresa que não tem um objectivo de redução de emissões, e que ou não tem reporte ou é um grande emissor.

Uma classificação A corresponde a uma pontuação de 10,5 pontos ou superior. Uma empresa com a classificação B tem uma pontuação total que varia entre 6,5 e 10. A classificação C é atribuída a todas as empresas com uma pontuação entre 3 e 6. E a classificação mais baixa, D, a todas as empresas com uma pontuação igual ou inferior a 2,5 pontos.

O ranking foi actualizado para incluir mais empresas este ano (ver pergunta 1). Além disso, alargámos o número de indicadores e o sistema de pontos. O âmbito geográfico foi alargado para incluir a Índia.

Como os impactos das alterações climáticas são mais visíveis do que nunca, e os efeitos nocivos dos combustíveis fósseis da aviação no planeta são claros, reforçámos os critérios nesta edição da classificação. Os objectivos gerais para toda a empresa, tais como os objectivos do âmbito 3, não foram considerados suficientemente relevantes. Apenas atribuímos pontos a objetivos específicos de viagens de negócios. Da mesma forma, não atribuímos pontos às datas de definição dos objectivos após 2030. 

Dois novos indicadores foram adicionados nesta edição do ranking. Foram atribuídos 0,5 pontos a empresas que comunicaram os seus dados ambientais corporativos no CDP. O CDP oferece o conjunto de dados padrão e comparáveis mais abrangente globalmente para a divulgação de dados ambientais das empresas. Em segundo lugar, a classificação deste ano analisa a comunicação de efeitos não-CO2 associados às viagens de negócios. Estima-se que os efeitos não-CO2 da aviação aquecem a atmosfera duas vezes mais do que os efeitos de CO2. Por conseguinte, é fundamental fazer da redução dos efeitos não-CO2 uma prioridade nos próximos anos. Assim, atribuímos mais 0,5 pontos às empresas que comunicam os impactos climáticos totais das suas viagens de negócios, incluindo os efeitos não-CO2.

Prestamos particular atenção às empresas com maiores emissões que não têm objectivos de reduzir as suas emissões de viagens de negócios. Estas incluem, por ordem, Volkswagen, KPMG International, Johnson & Johnson, Accenture, Siemens, IBM, Microsoft, Alphabet Inc, Merck & Co. e SAP.

A classificação atribuída às empresas pode ter mudado em relação a 2022. Neste caso, existe uma seta para indicar se a empresa subiu ou desceu uma categoria. 

Todas as empresas foram contactadas antes da publicação do ranking. Qualquer empresa que deseje apresentar dados adicionais é livre de o fazer. Analisaremos então os dados e actualizaremos a classificação, se relevante. 

Em 2020 e 2021, as emissões totais das viagens aéreas das companhias diminuíram 64% e 70%, respectivamente. A maior parte destas reduções deve-se a restrições de viagens em resultado da pandemia COVID-19, mas notamos que as emissões das empresas não recuperaram da mesma forma que as emissões da aviação comercial. Um objetivo significativo de redução de emissões deve ser definido tendo como ano de referência 2019 (ou um ano anterior) em vez de 2020 e 2021. Decidimos publicar dados de emissões de 2019, uma vez que estes são mais representativos das viagens aéreas das empresas quando estas têm liberdade para voar. 

Às empresas pode ser atribuído um "Objectivo mais amplo", mesmo que incluam viagens de negócios num objectivo que tenham estabelecido. Isto porque as metas que incluem viagens de negócios juntamente com outras fontes de emissões podem ser alcançadas sem uma redução significativa nas viagens de negócios. Por exemplo, se for estabelecido um objectivo nas deslocações pendulares dos funcionários e nas viagens de negócios, é bem possível que a empresa atinja o seu objectivo reduzindo apenas as emissões das deslocações pendulares dos funcionários. Para que as emissões das viagens de negócios sejam visadas de forma significativa, devem representar uma parte substancial do âmbito sobre o qual um objectivo é fixado. Consideramos que um objectivo é específico para as viagens de negócios se as emissões destas viagens representarem mais de 75% das emissões sobre as quais um objectivo é fixado, e/ou se a empresa detalhar clara e explicitamente o seu plano para reduzir as emissões das viagens de negócios como parte do seu objectivo mais amplo. 

Para além do CO2, os motores das aeronaves emitem outros gases - óxidos nitrosos, dióxido de enxofre e água - e partículas em suspensão (fuligem). Estes são geralmente referidos como emissões não-CO2, e estima-se que sejam responsáveis por dois terços do aquecimento climático total causado pelos voos. No entanto, muito poucas empresas reflectem o impacto ambiental total dos voos, contabilizando os efeitos não-CO2.

As companhias devem ter em conta o impacto total do aquecimento climático das viagens de negócios e reduzi-las. Verificámos que 40 das 322 empresas estão a liderar o caminho, comunicando as emissões não-CO2 associadas às viagens aéreas de negócios.

Os sectores financeiro, de consultoria e farmacêutico têm a melhor distribuição de pontuações com várias empresas classificadas A e B. O sector mais representado, o da produção, tem quase todo pontuações C e D, à semelhança do retalho e da construção. O sector tecnológico tem algumas classificações B, mas sem classificações de topo, A.

As empresas dos três países mais representados, os EUA, o Reino Unido e a França, classificam-se de forma semelhante, embora o Reino Unido tenha uma quota mais elevada de empresas A. Isto pode ser explicado pelo facto do Reino Unido ter um terço das empresas do sector financeiro. O Reino Unido e a França têm ambos quadros legais que exigem que as grandes empresas apresentem relatórios anuais sobre as suas emissões de gases com efeito de estufa. Muitas empresas dos EUA comunicam anualmente as suas emissões até certo ponto, mas ainda não houve uma obrigação legal com uma norma definida.

A Alemanha, por outro lado, não tem quaisquer empresas A ou B. A sua elevada percentagem (35%) de empresas fabricantes mal classificadas explica-o parcialmente, mas é evidente que as empresas alemãs de outros sectores também não estão bem classificadas. Uma política nacional seria bem-vinda para corrigir esta falta de transparência e empenho em reduzir as emissões das viagens de negócios.